As primeiras semanas da crise causada pelo novo coronavírus no Brasil escancaram a dificuldade que o país teria para enfrentar o momento, com falta de itens básicos de proteção para os trabalhadores da saúde. Logo veio à tona que não haveria máscaras e aventais, os chamados equipamentos de proteção individual (EPI), em quantidade suficiente para quem atua na linha de frente do enfrentamento da pandemia. Produzidos prioritariamente na China, a alta demanda de outros países pelos materiais levaria à falta e à dificuldade de garantir a compra desses equipamentos. 

A situação revelou não só a carência, como evidenciou alguns dos problemas da indústria brasileira. Em meio ao grave momento de saúde pública, o país se viu dependente de fábricas instaladas no outro lado do mundo para obter itens tão básicos. Foi com esse pano de fundo que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) lançou, na última semana, a nota técnica intitulada “Reconversão industrial em tempos de Covid-19: o papel dos governos para salvar vidas”.

No documento, o Dieese faz uma longa explanação sobre a situação da indústria brasileira e propõe a reconversão, ou seja, a adaptação de plantas industriais para fabricar agora os materiais prioritários no enfrentamento da pandemia que assola o mundo. “É uma medida importante para gerar capacidade no sistema produtivo, elaborar e produzir os equipamentos de proteção individual, como máscaras e aventais, e os respiradores, necessários nas UTIs”, explica Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese. “Boa parte desses equipamentos são importados ou têm produção restrita, e muitos países passaram a fazer mudança na sua base industrial para produzir os elementos vitais ao combate à crise sanitária”. 

A nota técnica do Dieese enfatiza que o processo de reconversão industrial consiste na rápida transformação de plantas industriais com relativa flexibilidade produtiva e que estejam operando com baixa utilização da capacidade instalada, transformando-as em unidades produtivas adaptadas emergencialmente para a produção de bens ou equipamentos de primeira necessidade temporariamente escassos. “Assim, e considerando o momento atual, parte da indústria brasileira pode e deve ser rapidamente adaptada, visando produzir produtos, insumos, componentes, materiais de reposição, bens consumíveis e equipamentos médico-hospitalares destinados a salvar milhares de vida”, diz trecho do documento.

A íntegra das informações está disponível no site Sul21.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *