Em debate virtual promovido pela Oxfam Brasil, nesta quinta-feira (7), o biólogo Atila Iamarino, doutor em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP), destaca mudança no perfil demográfico em relação ao avanço da pandemia de coronavírus no Brasil. Ele afirma que as regiões mais bem estruturadas das cidades “provavelmente” já passaram pelo “pico” da disseminação, e as taxas de contaminação devem decair. Do outro lado, nas favelas e bairros periféricos, o contágio “tende a não parar, virando um problema muito mais sério”, em função das desigualdades no país. “Por algum período, vamos ter a impressão de que a doença está estacionando. Mas, na verdade, o que está acontecendo é um declínio nas regiões mais ricas e uma subida que tende a ir muito mais longe nas regiões mais pobres”, afirmou.

A grande diferença, segundo Atila Iamarino, é que os bairros onde é mais favorável o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – um cálculo que considera a renda, a expectativa de vida e o nível de escolaridade da população -, os moradores têm condições financeiras e materiais para cumprir um “modelo europeu” de distanciamento social. Além de contarem com o que há de melhor em termos de assistência em saúde.

Já nos bairros pobres, onde alguns sequer têm acesso à água potável, essencial para os cuidados de prevenção, as pessoas não têm condições nem sequer de trabalharem remotamente. Na maioria, são informais, que precisam sair às ruas para garantir o sustento da família.

Contam ainda com situações precárias de moradia, com diversas pessoas dividindo a mesma habitação, e encontram dificuldades em acessar o sistema público de saúde, já que os doentes graves de covid-19 necessitam de assistência de alta complexidade, que são os leitos de UTIs com respiradores, escassos ou inexistentes nessas regiões.

A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.

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