“Eu fui demitida no dia 30 de março por videoconferência. Fui informada que a minha demissão era devido a pandemia de coronavírus com a justificativa de que a empresa não teria como honrar com os contratos de trabalho”. O relato da gerente administrativa, Isabelly Soares*, de 31 anos, é comum a uma multidão de brasileiros diante da crise sanitária.

A trabalhadora de uma clínica que funcionava dentro de um shopping e que fechou as portas por conta da pandemia conta que não houve qualquer diálogo com os funcionários ou com o sindicato. Ela foi demitida mesmo com a Medida Provisória (936) – que deu ao patronato a opção de suspender contratos por dois meses e de reduzir jornadas e salários –, em vigor. Segundo o governo, 7,2 milhões de brasileiros já foram incluídos nas modalidades da MP. “Apesar de essa MP acarretar perda de salário para nós trabalhadores, ainda sim seria uma opção para empresa diminuir os custos com as folhas de pagamento e ao mesmo tempo garantir nossos empregos. Mas a empresa claramente se antecipou, foi totalmente insensível e tomou a atitude mais fácil”, avalia.

Com a demissão, Isabelly teve de entregar a casa alugada e voltar a viver com os pais. “Foi uma situação muito chocante, me desestabilizou totalmente. Eu não pude honrar com as minhas contas, tudo mudou na minha vida”.

Ela é uma das 1,5 milhão demitidas entre março e abril deste ano que entraram com pedidos de seguro-desemprego, um crescimento de 31% em comparação com o mesmo período de 2019. Embora o Ministério da Economia afirme não há fila de espera para concessão benefício, a gerente administrativa relata que está há pelo menos 30 dias para sem receber a primeira das três parcelas que tem direito. “Não sabemos quando isso vai acabar e sabemos que a recolocação profissional tanto agora quanto depois dessa crise será totalmente escassa. E se acontecer, a gente sabe que as opções de trabalho vão ser ainda mais precárias”, lamenta a trabalhadora.

A íntegra das informações está disponível no site Brasil de Fato.

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